sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Lívia Manfredinni-A metamorfose CAP.2

O vento frio bateu em meu rosto levando meu cabelo para trás. Olhei em volta e vi que o estacionamento ainda estava quase vazio. Olhei para a entrada ao ouvir carros se aproximando e percebi, pasma, que eram os carros mais lindos que eu já havia visto. O primeiro era um Jeep monstro preto que só seria lançado no Brasil dali há um ano e mal tinha sido lançado na Europa.

Ele foi seguido por um porsche amarelo - canário, lindo e muito fofo. Ele era antigo, mas nunca saía de moda e estacionou do lado do Jeep. Logo após veio uma BMW conversível vinho, e foi só aí que percebi que não eram só os carros que eram lindos. Os donos eram mais.

Do Jeep saíram um cara musculoso, branco (é claro), cabelos escuros, um sorriso brincando no rosto e uma loira estonteante, com cabelos de dar inveja de lindos e longos, um corpo escultural que me lembrou Gisele Bündchen, apesar de parecer mais bonita e foi se juntar ao grandalhão, que passou o braço por seu ombro.

Do porsche saiu uma baixinha com cara de fada, cabelos repicados para todos os lados, muito simpática e também linda de morrer é claro, seguida por um louro, também com músculos definidos e branco, com uma cara enigmática que também se juntou a ela.

Da BMW saíram um cara alto, igualmente branco, cabelos cor de bronze e uma garota de estatura mediana, os cabelos escuros caindo nos ombros. Senti meu ego afundar. Eu sabia que não era nada feia, mas perto daquelas garotas eu ia parecer uma piada. Concentrada que estava em observá-los discretamente, quase não percebo o milagre logo à minha frente: Uma Harley-Davidson.

Meu coração disparou feito uma bala ao ver aquela moto, linda, reluzente, potente e preta passando por mim e eu só consegui arregalar os olhos, perplexa, e acompanhar a moto decaradamente, esquecendo toda a discrição. Então percebi quem estava pilotando a moto; era um cara muito alto, muito musculoso e, para alegria do povo e felicidade geral da nação, moreno. Era um tom de pele muito bonito avermelhado, e percebi que ele devia ter ancestrais indígienas.

Outra garota, também irritantemente linda, desceu da garupa da moto, tirando o capacete e balançando a cabeça, fazendo seu cabelos voarem de uma forma que pareceu que ela estava num ensaio fotográfico com um ventilador na cara.

-LIV! Anda! - chamou Vítor. - A gente ainda tem que passar na secretaria antes de ir pra aula!

-Ãhn? - olhei para ele, os solhos desfocados, ainda processando a beleza daquela gente. - Ah tá!

Alcancei eles com uns passos, chegando ao lado de Camila.

-Relatório completo. - pedi.

-Hã?

-Quem são eles?Estão em qual série?Tem algum solteiro? - disparei, ouvindo uma risada baixa vinda detrás de mim. Olhei e percebi, com horror, que eram eles.

-Ah! Cê quer saber dos Cullen. - sussurrou ela. - Os do Jeep são Emmet Cullen e Rosalie Hale, último ano. Os do carro amarelo são o Jasper Hale e a Alice Cullen, também último ano. Os da BMW são Edward e Bella Cullen, segundo ano que nem a gente. E os da moto são Jacob Black e Renesmee Cullen.

-Por que os sobrenomes diferentes? - perguntei, confusa.

-O Dr. Carlisle Cullen adotou todos eles. Alguns já tinham nome, mas outros não e adotaram o nome da família.

-Hum... - respondi, intrigada. Como alguém adota seis filhos? Esse médico devia ganhar muito mesmo aqui nesse fim de mundo. - E..?

-Não sei se tem algum solteiro. - respondeu Camila, antes que eu pudesse formular a pergunta. - Mas eu acho melhor você não tentar investir em nenhum. - ela acrescentou, meio com medo.

-E o moreno, como é que ele foi parar numa casa cheia de gente pálida? - perguntei, fazendo Camila rir. Ela deu de ombros.

-Não sei. - ela respondeu, enrugando a testa, concentrada.

-Solteiro? - perguntei, só por curiosidade.

-Não sei. Mas parece que ele não se interessa muito pelas garotas. - ela respondeu, meio triste, e eu pecebi que ela tinha tentado investir nele, o único com alguma corzinha por aqui. Arregalei os olhos com o que tinha percebido.

-Ele é gay? - pergutei,incrédula. Ouvi uma gargalhada estrondosa atrás de mim. O grandalhão estava rindo de novo, acompanhado pelo de cabelos cor de bonze. Será que eles ouviram e iam falar pra ele?

-Não! É só... parece que... - ela hesitou e eu completei

-Tem alguém na fila?

-É. - respondeu ela, abrindo a porta da secretaria. Os Cullen passaram por nós e o cara dos cabelos cor de bronze da BMW olhou para mim. Parecia que ele estava... curioso? Tinha uma ruga na testa dele quando ele me olhou, desviando rapidamente. Não, ele não estava curioso e sim frustrado. Mas por quê?

A secretária, senhora Novacek, me desejou boas-vindas e me entregou um mapa da escola e meu horário. Ao sairmos fomos ao encontro dos amigos dos meus primos. Conheci Samuel Coles, o tipo fofo de nerd com óculos e cabelos pretos arrumadinhos, Jack Shay, o amigo gay da Camila que lembrava muito o Kurt do Glee, Melanie Mason, uma loirinha muito fofa e Emily Parker, uma tagarela de primeira. O sinal tocou e fui correndo, o coração disparando feito louco (nervosismo idiota!) para minha primeira aula (Literatura), a única que eu tinha sem ninguém, já que a próxima aula eu teria com Jack, as outras com Melanie e Emily ou Samuel e o resto do dia depois do almoço inteiro com a Camila (todos os outros eram do terceiro ano.

Precisei de coragem para entrar na sala onde, com certeza, todos olhariam ou tentariam puxar conversa com a novata intercambista brasileira

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